quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Papéis

Eu me prendo às fotografias
Pedaços de tempo congelados em papel
Me seguro em imagens que o vento
Tenta arrancar da alma fria
Qeu hiberna em mim
Eu ando nas fotografias com meus 17 adolescente
Ainda amo o amor de orvalho
Que vira vapor ao sol
Meu pai é jovem
Minha mãe é moça
Mas na fotografia já se apiedam do jovem em pé
Que se dobrará diante da imensidão de tudo
Meu pai deu-me, como herança, os olhos tristes
Dos que sabem da própria incapacidade de conhecer tudo
Da mãe herdei a abnegação tardia a custas de feridas secas
Sou o homem da fotografia que olha incrédulo aquilo que me tornarei
Sou o homem póstumo que olha, na fotografia, aquilo que nunca fui.

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