domingo, 29 de novembro de 2015

Burgo

Janelas quadradas,
Olhos quadrados,
Onde o mundo se enquadra.
Telhados vermelhos
Sobre milhares de almas.
Células da grande alma.
Vida geométrica.
Ângulos vivos
Sobre rodas.
Artérias negras,
Para o sangue de ferro
E de sangue.
Fitas verdes.
Fitas líquidas.
Adornos
Para a tua vaidade
Asfáltica, de pedra.
Irresistível beleza de concreto.
De barro.
De carne.
Tu ficas fincada na terra.
Eu flutuo nas tuas correntes
Gasosas.
Eu, o balão solitário.
Filho das tuas duras carnes
De areia.
Eu...cidadão.

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