quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Lapso

Outro dia.
Nada como um dia
atrás do outro.
Outros dias.
Os meus dias
e os dias dos outros.
Rios de tempo.
Corrente de esperas.
Esperança de dias melhores
que este dia
que passou rápido.
E ainda passa.
Sem despedidas.
Sem novos amores.
Apenas um dia
atrás dos outros
a quem sigo num mar de dias.
Velhos dias que ficaram.
E em cada um
células do meu rosto.
E o branco dos meus dentes.
E as cores dos meus olhos.
E a energia dos meus sonhos.
Dispersos nas horas dos dias.
Eu me gasto nos dias.
Me lapidam, os dias,
como a um bom e velho diamante.
Ou como um vinho caro.
Porém, nunca o bastante.
Peço perdão ao dia por ser avaro.
Pudera eu entregar-me aos dias.
E vive-los de adiantado
como saboreia-lhe o menino.
E um dia...
Quiçá um dia...
Das dores já esquecido,
morrer de saudades
dos dias passados.

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