segunda-feira, 30 de maio de 2016

Seara

Semeio às sementes do meu amor em terras...
Às vezes áridas, e delas não brotam flores...
Árida é a minha alma enquanto rego desertos com lágrimas...
Seca-se o manancial a custa do tempo...
E a custa do riso morto num menear...
Eu semeio os pedaços dos meus tesouros...
A espera de tesouros maiores...
Ilusão pobre e egoísta!
Eu ofereço afetos às pedras frias...
Que, por frias, exercem a sua utilidade...
Não se colhe assim a felicidade...
Odres de vinagre e taças vazias...
Pobre bobo que à corte alegra!
Pobre jardineiro que oferta sementes!
Não sabem, como não sei...
Que apenas ao amante o amor pertence.

Amai-vos uns aos outros como eu me amei.

domingo, 29 de maio de 2016

Andares

Não falaremos mais palavras de rotina
Nem a névoa do dia a dia nos abraçará
Não pisaremos nas ruas de pedras
Com passos marcado
Nem o riso de amigos compartilharemos
Não ser-nos-a comuns os comuns problemas
Nem repartida, à ânsia por eles
Não dormiremos desafetos
Nem afetuosos despertaremos
Não faremos planos
Posto que às estradas não são às mesmas
Não nos unem os objetivos
Nem construiremos, pois somos vento e pedra
Mas nem os Deuses e nem todas às potências nos impedirão
De nos amarmos para sempre.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Tocar

A pele...
Minha pele
Toca o mundo
E o mundo
Me toca
A pele...
Carinho do mundo
Frio e quente
Devolvo ao mundo...
Na pele do mundo
O frio menor. ..
E um calor maior
Terno
Como uma criança
Devolve o amor da mãe
Na união das peles. ..
Frio e quente
Vocabulário da pele
Linguagem de homens e mundos
A pele...
É boca e ouvido
A pele beija o mundo.