Semeio às sementes do meu amor em terras...
Às vezes áridas, e delas não brotam flores...
Árida é a minha alma enquanto rego desertos com lágrimas...
Seca-se o manancial a custa do tempo...
E a custa do riso morto num menear...
Eu semeio os pedaços dos meus tesouros...
A espera de tesouros maiores...
Ilusão pobre e egoísta!
Eu ofereço afetos às pedras frias...
Que, por frias, exercem a sua utilidade...
Não se colhe assim a felicidade...
Odres de vinagre e taças vazias...
Pobre bobo que à corte alegra!
Pobre jardineiro que oferta sementes!
Não sabem, como não sei...
Que apenas ao amante o amor pertence.
Amai-vos uns aos outros como eu me amei.