domingo, 23 de dezembro de 2018

Definitivo

Todo ano tem natal...e...
Todo ano eu escrevo um poema... igual...
Isso me deu motivo
Para escrever um poema que...
Pretende ser... definitivo.

Portanto meu irmão...
Portanto minha irmã...
Sem filosofia vã e,
De... antemão!

Quero que Deus olhe pra ti
E te abençoe com a felicidade
Que incomoda a infelicidade
De quem te vê feliz!

E que o incômodo de te ver assim
Também os leve a felicidade
Pelo amor ou pela dor...
Enfim.

Quero que o amor te envolva
Te subjulgue, te condicione.
Que o amor seja o ar que
Tu respira, e o algo que te
Inspira
E que nunca te abandone.

Quero que os seus estejam bem
E que esse bem vá além
Daquilo que se pode receber
E que eles façam por merecer
Um bem surpresa todos os dias.

Quero que nada te falte
E, se faltar, que você tenha
Capacidade pra conquistar
E que a sorte sempre venha.

Quero que você tenha o suficiente
E que isso seja bastante
Que te sobre para compartilhar
Que a humildade, como a paz,
Seja sempre abundante

Que o perdão, quando necessário
(Espero que nunca seja),
Seja fácil
E que tu não conheça o rancor.
Que o seu fardo seja leve,
Que o ressentimento seja breve,
Que não te falte bons afetos
E amigos poetas...
Para falar de
"Amor"!

Que você tenha alguém para amar
E que seja alguém que pegue
No teu pé.
Pra que você jamais se esqueça
Do valor que você tem
E do quão grande você é.

Que você tenha paciência
Pois me dei a incumbência,
Por amor e por preguiça,
De, todo Natal, te mandar
Estes incompletos e mesmos
Versos.

Porque não dá pra escrever
Versos diferentes todos os anos
Por 150 anos ou eternamente,
Minha amada, meu amigo,
Que é o tempo que te amarei
E que desejarei que você seja feliz,
E que estejas comigo.

Felizes natais!!!!

23/12/2018 (pra eu não me esquecer)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Adultério

Eu te amo mas,
Como saber?
Como saber da luz
Se apenas luz existe?
Como saber da cor
Se o preto não está?
E como conhecer o
Doce sabor da carne
Se outras carnes não há?
Se não sofro outra dor
Como saber que a dor
Que tu me causas
É dor?
É preciso frio para que
Haja calor.
E é preciso um outro amor
Para que exista este amor.
É preciso que haja outras
Peles para que eu saiba
Que a tua é a mais quente.
É preciso outros cheiros,
Outros sabores,
Outros humores
Para que os seus sejam divinos.
Outras vozes para que
A sua soe como angelicais hinos.
Não é por mal
Meu amor,
Que te causo está dor
E, não tema!
A outra é apenas a referência
Que eu tomo para saber
Que você é...
"Em grande medida!!"
O único e definitivo amor ...
Da minha vida.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Abstrato

Amores cotidianos
são concretos,
suaves,
retos.
Ama-se, apenas se ama e
Se ama e se ama....
Jamais serão incertos.
Com certeza,
São linhas sem trama.

São amores de café da manhã,
Da despedida ao sair,
Do abotoar do sutiã,
"Olha o que eu comprei!"
Do recado na geladeira,
E amanhã tem feira.
Do beijo de boa noite
Antes de dormir.

São amores de domingo,
Das dez da manhã,
Com chinelo e jornal.
Café quentinho,
"Quer mais benzinho?"
Beijo com pão e manteiga.
Refeição frugal.

Amo esses amores comuns,
Amores ternos, eternos,
Suficientes, necessários,
Quase auto propelidos
Por motores movidos
A selinhos diurnos, noturnos,
Diários..
Dos quais só temos um,
Jamais alguns.

Mas o amor que me encanta,
Que me alimenta,
O amor que me acalenta,
Áureo e hormonal,
Quando a idade toca o meu ombro
Me lembrando que estou indo,
O amor que me mantém sentindo...

É o amor "hiato"
Que pausa a vida num sorriso
De dentes brancos
Que perfumam a minha mente
De hortelã e janela aberta
Para eu pular!

É o amor furtivo dos olhos
Furtivos que me espreitam
Entre os meus desejos
Dos beijos sempre negados
Ou das carícias impudicas
Disfarçadas de brincadeiras
(Que ancas maravilhosas!)

O melhor amor é aquele que
Promete mas não cumpre e,
Se cumpre, só o faz
A força de uma nova promessa
Que semeia um desejo maior.
Que dá com uma mão
E tira com a outra
E sempre tira mais do que
Doou tornando o melhor
Desejado pior do que o
Esperado.

O amor que eu amo de paixão
É o amor que flutua na palma
Da minha mão sem tocar
A minha pele. E escorre
Pelos dedos da minha
Alma como que perdido
Mas volta, envaidecido,
Por me fazer de tolo.

O amor mais gostoso é
O amor que só é
Porque finge não ser
E, sendo, me mantém
Querendo mais sem
Ter e me faz seguir
Tentando sem conseguir
Porém, nunca em vão.

O melhor amor tira o sono,
Da coçeira gostosa,
Deixa os lençóis molhados,
Faz pensar antes de sonhar,
Faz sentir vontade de chorar
Escondido e sentido
Por um amor que, de tão sem
Sentido, é o que dá sentido
A tudo.

Amor que esquenta o coração é bom mas...
Bom mesmo, mesmo mesmo...
É o amor que dá frio na barriga.

OVNI

01/12/2018  06:46 PM

Vive-se a olhar para o céu
Em busca de novidades
Porque os sentidos terrenos
São fugidios, voláteis.

Espera-se sempre algo
Há sempre algo por vir
Há o porvir, esse inconveniente
Visitante que nunca vem.

Há sempre uma espectativa
A zunir entre um pensamento
E uma divagação
Espera-se faltar o chão.

Vive-se a esperar e é
Mais prazeroso esperar o pior.
O pior satisfaz a vaidade.
Que graça tem o melhor?

Hoje um dos meus pássaros
Fugiu do meu coração.
Deixou a gaiola mas
Deixou a gaiola com às portas
Abertas!

Meu doce e esperto passarinho.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A sentença

Não sei o que fiz
Vim pra cá
Preso em uma gaiola
De terra
De carne
De medo de sair

Não sei o que fiz
Mas algo me diz
Que foi grave
Os Deuses me abandonaram
A minha própria
Sorte
Madrasta

É uma prisão Sui generis
Não posso sair
Tenho medo de sair
Até gosto, às vezes
Não me lembro quem sou
Não sei o que virá
Só sei que estou preso
E colocaram, em mim
O infinito para me dizer

Estou preso aqui
E há tanto amor lá fora
E tanto alguém para amar
Sou torturado por isso
Pelo desejo de um amor
Satisfatório
Ou um fim

Nas paredes risco os dias
Sei quantos são
E, por não saber
O que está lá fora,
São poucos aos meus olhos

Construo bonecos de barro
E finjo que me satisfazem
Crio história diárias
Poemas cotidianos
Doces enganos
Que me entorpecem
Enquanto espero

A única lembrança
Daquilo que sou
O único lapso
A única brisa
O único perfume fantasmagórico
É esse insuportável
(De tão belo)
Céu azul.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Soleira

Pinga chuva
Na pingadeira
Brincadeira de infância
Lava tudo
Tudo leva
Água benta
Abençoada.

Água do céus
Que Deus manda
Forma um véu
Molha a terra
Germina sementes
Tudo erva
Água benta
Abençoando.

Água limpa
Cheiro de chuva
Cai bem
No balanço
A rede
Trás preguiça
E lembrança
Água benta
Me abençoa.

Pinga chuva
Na soleira
Chuva forte
Água limpa
Trás de amores
Boas lembranças
Água benta
Abençoada.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Et advenæ

O vento chegou do sul
Trazendo frio e ignomínia
Escondeu-se durante o dia
E, sorrateiro, veio a noite

Trouxe, em dissimulado açoite,
Mudanças às quais se temiam
Mas que não se percebiam
Como se em prazeroso delírio

Ouça a minha voz, meu filho
Se apresse em salvar o que amas
Antes que advenham invisíveis chamas
Fontes de eternos tormentos

Poupe sua descendência, seus rebentos
Poupe o meu sangue, meu nome
Procure a cura nos conhecimentos
Na fonte que hora dorme.

domingo, 30 de setembro de 2018

Mentira!!

Tanta letra
Tanta imagem
Tanta gente

!!!Bobagem!!

Tantos gritos
No meu ouvido
Tanto grilo
Não resolvido

!!!Montagem!!!

É tanto tempo
Que tô perdendo
Lendo e vendo
O que não traz

!!! Sacanagem!!!

Não ufano
Não fulano
Ele sim
Ele não

!!!Postagem!!!

Eu não te amo!!!

Mentira!!!!♥

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O quê.

Faltam árvores na cidade,
E o espírito do abandono
Mora.

Não há espaço na cidade
Onde a criança não fala.

Falta tinta para gritar
Aquilo que não se sabe.

Faltam árvores na cidade
Porque cansou-se do cinza.

Não há colo onde às mães
São feitas de carências...

E os pais de alegre desespero.

O que você vai ser quando
Crescer?