Lá vou eu de novo
Em direção à porta aberta
Mais um ano que se vai
Feliz ano novo...
Poeta.
Outro ciclo
E lá se foi outro inverno
E, enquanto o verão me aquece,
Espero o seu advento
Frio e terno.
Desta vez fui feliz.
Acho que é a idade.
Já não dói tanto a saudade.
Acho que calejei.
Já não urge o que se diz.
Também não abri tanto os armários
Deixei que os objetos descansassem.
P'ra eles sou enfadonho
Porque não me são necessários.
Voltei a andar nu e descalço.
Ouvi muito jazz (recomendo)
E me alimentei melhor.
Descobri que eu estava certo,
O amor não acaba
E nada acaba com o amor.
Me decepcionei o suficiente.
Chorei apenas o necessário.
Sofri só o inevitável
Ajudei quando pude.
Conheci muita gente.
Falhei sem culpa.
Quando eu entrar pela porta simbólica
Do ciclo imaginário que começa
Vou levar apenas os amores que vivi
E o bem e o belo que recebi
Porque é o que posso carregar
Enquanto a vida fica e eu passo
Ou enquanto eu fico e a vida passa.