Pois passa o tempo.
Mas e se o som da minha voz
Derrubar o castelo de cartas?
É hora de dizer
Pois o tempo passa.
Mas e se às palavras
Se voltarem contra mim?
Urge o ato de expressar
Algo que em mim é calado.
Mas e se você não notar
Que eu estou aqui?
Em cada palavra dita
Há muitas outras ocultas.
E se os corpos deixarem escapar
Aquilo que escondemos?
Se cada um tivesse um arroubo de coragem
E mostrasse, nu, ao outro a sua metade
Talvez, então, o tempo, miragem,
Parasse antes que ja fosse tarde.
(Em memória de tudo aquilo que não tivemos, por medo)