sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O fantasma do meu pai -I

Sobre a opressão das sombras de nossos pais.

A competição inevitável como princípio da dualidade dominação / submissão.

O homem, em virtude da sua razão e, consequentemente,  auto consciência carece de uma identidade, ou seja, ele necessita saber quem e o que ele é e precisa dessa identidade como princípio do sentido de tudo.
"Sou alguém, sou algo, existo e saber isso da um sentido primordial a minha existência"
Mas para saber e saber-se o homem precisa de referências e já nasce aparelhado para colher essas referências do meio onde se encontra.
Também, já nas primeiras experiências, o homem recém nascido se depara com a dualidade dominação/submissão ao perceber os seus limites com relação a um mundo infinitamente maior que ele e, ao se deparar com essa triste dualidade que governará a sua vida, o homem ou o bebê se insurge e protesta chorando.  Aos poucos, porém, o homem admite a sua inferioridade diante do mundo e começa a tentar fazer as pazes com o infinito.  Por ser infinito é óbvio que esta paz não advirá, quando muito uma convivência pacífica baseada na submissão do homem à natureza ou a sua destruição por conta da sua rebeldia.
A natureza não aceita um "não" e, também, não negocia.
Voltando a questão das referências formadoras da identidade o homem tende a procura-las em fontes que lhe ofereçam segurança consequentemente, fontes a quem ele delega um valor maior ao que da a si mesmo ou seja, o homem procura uma liderança, alguém com atributos que ele considera especiais, alguém maior, com autoridade.
As primeiras autoridades a quem ele confia a sua vida são os seus pais. E é com esta primeira relação com outros humanos que ele exercitará as suas atitudes diante da dominação.  Nesta fase ele aprenderá a medir e testar o poder dos dominantes com relação às possibilidades do antagonismo do dominado, ele mesmo.  É nesta fase que ele aprenderá a competir e a sua personalidade será tão forte quanto for a sua capacidade de oferecer resistência à dominação de forma pacífica e harmônica.  Começa aí o grande jogo da existência humana.

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