Todo homem sofre, de si, o avesso.
O homem é oposto à paz,
Ha, sempre, o querer mais.
A tristeza é um adereço.
Todo homem é uma metralhadora de si,
Ou um pequeno ralo para o mundo.
Todo homem é raso e profundo,
Nenhum se encontra aqui.
Está no passado ou futuro.
Absorto na tristeza ou esperança.
Nenhum homem alcança,
O final do tunel é escuro.
Eterno é o desejo,
Infinito o ensejo,
Infinita a procura,
Indelével amargura.
A paz é diversão,
Momentânea, enfadonha,
Com medo o homem sonha,
Com a própria inquietude,
Deseja a paz e, amiúde,
Por ela tem aversão.
A paz é uma refeição,
A paz é maledicência,
Ver no outro a urgência,
Pela própria redenção.
Mas a paz é momento,
A paz é subterfúgio,
Embriagante refúgio,
Um "esconder o sofrimento".
O homem é o animal que precisa de férias de si mesmo.
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Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.