quinta-feira, 9 de julho de 2015

As duas faces.

"A felicidade é um alívio momentâneo. "
Acho que a infelicidade advém do não advento da felicidade. É óbvio?  Temo que não.
Espera-se a felicidade.  Luta-se por ela mas, ela vem e vai.
Espera-se alguém que nos faça feliz, ou algo, ou uma situação.  Mas a felicidade, assim como a infelicidade, vem em visita e vai embora.  Vive-se numa incomoda alternância de estados. Um vai e vem nauseante.  A infelicidade dói,  a espera dói e a partida da felicidade ou a chegada da infelicidade (ambas se equivalem) também dói.
Talvez o que doa mais seja a insolubilidade da questão.
Não pretendo ser eu o criador ou descobridor da solução para tudo isso (pobre de mim!) mas, como bom observador crítico, tenho cá minhas teorias.
Tenho notado que, apesar de alternante, os momentos felizes tendem a ser maiores para aqueles que não dependem tanto das tecnologias comercializadas e que estão mais próximos a natureza.  Quando digo "proximos a natureza" quero dizer "fiéis aos seus desígnios" ou "fiéis aos seus instintos". Ao contrário do que se acredita, os irracionais não são naturalmente violentos e beligerantes.  Todo animal livre é naturalmente amoroso com os seus e respeitador com os outros.  Apenas os "racionais" (hã hã!) são violentos gratuitamente.
Somos felizes/infelizes porque nos afastamos da simplicidade natural e criamos uma felicidade pendurada na ponta de uma vara para seguirmos, infelizes.
"A felicidade é uma cabana."
A felicidade também conhecida como "liberdade" advém do afastamento dos excessos.  Da diminuição dos fardos. Da "aniquilação da imagem".
A felicidade é o necessário que traz a segurança.  A felicidade é o mínimo no mínimo.
Ser feliz é viver pelo amor a dádiva.

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