terça-feira, 14 de julho de 2015

Patagônia II

Queria que um ar gelado,
Algo glacial como os ares do norte cobrisse a terra para sempre.

E que nada nunca mudasse.

Queria que os calores dos corpos fossem,
Para sempre,
Conscientes.
E que os calores desejassem sempre,
Outros calores.

E que nada nunca mudasse.

Queria que a troca de calores corporais fosse um esporte.
E que o amor fosse a lei.

E que nada nunca mudasse.

Queria às mulheres vestidas para o frio (tão lindas!)
Perfume com cheiro de lã!
Queria chocolate quente, não coca.

E que nada nunca mudasse.

Queria frio, lareira acesa e saudades de coisas boas.
Não essa saudade polvilhada de culpa.
Queria dormir de cobertor... quentinho.

E que nada nunca mudasse.

Queria nunca causar dor,
Alias, pra que serve a dor?
Queria não conhecer o suportar.
Queria apenas o amor...e o frio...e festa junina...e natal!
Queria que papai Noel caísse do céu,
E viesse morar comigo.

E que nada nunca mudasse.

Queria que fizesse frio, queria que nevasse, geasse, glaciasse e que o mundo parasse.

E que nada nunca mudasse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.