segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pombinha

Trazida de longe nos ventos de uma tempestade,
Trouxe a areia dos tempos em forma de nuvens,
E choveu sobre a cidade,
Triste cidade vazia que foi vazia um dia antes dela.
O abanar das asas puras trouxeram alivio.
Já não há noites escuras.
Todas as luas são cheias.
O vôo dos pássaros perde a graça quando, voando, ela passa.
E vem voando em minha direção e sem tocar no chão,
Me abraça.
Queria caminhar pela vida deixando os restos pelo caminho.
Mas entre os restos que deixo, escondido em seu meio há coisas que amo,
E eu volto e choro cheio das areias do tempo.
Do mundo deveriam ser duas às metades;
Uma com os meus passados e esquecíveis restos,
Outro com amores infindáveis.
Um mundo povoado por pombinhas,
Onde só haveriam dias.

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