quinta-feira, 16 de julho de 2015

O apartamento

Queria tornar eterno este segundo
Onde me aparto do mundo.
Segundo de consciência
Da própria existência.
Queria ter a consciência
Da inexistência do tempo
Pra sempre.
As vezes acordo do efemero sonho
E o olhar pra fora ponho.
E vejo tudo fora de mim
Assim
Como vejo agora.
Em seguida durmo
E volto a vagar sem rumo
Pelas trilhas dos que não acordam.
Olhares e coisas rodopiam
E eu não me percebo.
E quando me percebo
Vejo que o que existe não
Existia.
E antes de dormir de novo
De poderes de poeta me envolvo
E torno o que existe
Em poesia.

Escrito num raro momento de lucidez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.