quarta-feira, 22 de julho de 2015

Metafísica

É preciso um deus
Para esconder do homem
Os seus limites.

Angústias que o consomem.

É preciso o homem estar quites
Com o homem.

Carece que seja um deus de verdade
Mesmo que fabricada à verdade.

É preciso credulidade.

A fé é a espectativa confiante
Em algo em que não se crê.
É preciso um deus errante
Mas em todo lugar presente.

Um deus feito gente.

É preciso que haja eleitos
Para carregar o fardo.

É preciso que a outros deuses sejam afeitos,
E que saibam tirar vantagens.

Criaremos um deus que nos alivie a inferioridade,
Ou melhor,
Que a transfira para aqueles que optam por não crer.

Não se admite a liberdade
Pois ser livre é poder.

O poder é premissa da divindade.

Ai de ti que olha para o céu e só vê estrelas.

Ai de ti que ousa ve-las
Sem deduzir um criador.

Estas fadado ao inferno e seu calor.

Inferno por seu algoz criado
E por seus algozes acreditado.

Mas descerá ao inferno aquele que no inferno não crê porque não cre em quem o criou?

Ou vai a geena aquele a quem os instintos negou?

Pobre homem que não tem utilização para às pernas.

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