sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Religião pra que?

Sempre digo que o homem sofre de infinitude crônica.  Alias, acho que é isso que destaca a espécie humana dos outros animais.
Aqueles que não sofrem de doenças racionais ( os loucos e os bichos) não concebem o tempo. Desconhecem essa aberração que chamam "infinito".
Consciente da infinitude ou da finitude da sua apreensão das coisas o homem anseia.  Sente uma forte e inconsciente saudade da irracionalidade.  O humano é um eterno frustrado por estender a mão para tocar tudo e não encontrar nada.
O homem incerto busca a certeza na metafísica (conceito neoplatônico) e na ciência exatamente nessa ordem.
A metafísica, como o estudo daquilo que se considera sobrenatural, é o caminho mais fácil pois permite o uso de infinitas interpretações.  Para aplacar as dores causadas pelo desconhecido, modernamente as dores psicológicas, o homem usa as religiões, frutos dos delírios metafísicos.
A religião é, basicamente, uma psicologia popular, acessível a qualquer um que decidir segui-la.
Como todo bom lenitivo, a "fé religiosa" age como um narcótico e causa dependência e, aqueles que desejam liderar sabem disso.
Não haveria nada de errado se o homem fosse autônomo com relação às suas crenças mas as sedutoras vantagens em "crer" o levam a uma passiva escravidão e a supressão da sua capacidade criativa, aquilo que é mais forte no "homem da savana".
Eu acuso a religião de encarcerar os instintos escravizando o homem privando-o do seu direito de escolher o seu destino, de criar os seus caminhos e de construir a sua felicidade a partir da harmoniosa relação com a natureza.
A humanidade só alcançará a paz quando cada homem tiver a sua própria religião.

Está fundada a "Associação Universal de Criadores de Deuses".

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