sábado, 22 de agosto de 2015

Olhos

Aqui chorei minhas perdas,
Testemunhado por passaros passantes e a
Cidade...estática.
A dor estava comigo e dialogamos enquanto ela
Se esvanecia.
A cidade nos olhava, linda, apática.
Algo afirmava que ela nos ouvia,
Eu, a dor e a cidade na madrugada vazia.
Aqui fui assombrado pelo passado que nunca passou.
Eu, o passado e a cidade alheia,
Que dormia respirando carros,
Iluminada por poste e a lua cheia.
Algo me dizia
Que a lua sabia
E segredava os meus segredos aos serenos telhados ébrios de sereno.
Aqui eu venho exorcizar o passado e suas dores.
Venho exercer o remorso por idos amores.
Neste olho da minha casa que me serve de olho,
Presto contas a cidade
Das escolhas que escolho.
Aqui paro para medir a vida que tive,
E meço, ansiado, a que ainda terei,
Vigiado pelos pássaros, e
Pela cidade...que me olha e sorri quando não estou olhando...esperando,
Minhas cinzas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.