quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A última definição de amor

Calma!  É a última definição até que a próxima apareça!
"O amor é o desejo por algo que satisfaz ou afirma algo que, em nós, é ambíguo nos trazendo,  desta forma, a paz conosco mesmos. "
Se potencializado,  "o amor é o desejo possessivo pelo objeto que nos apascenta".
E, "o amor é o desejo por algo que nos apascenta ao qual desejamos como destino ser uma obra prima, a nossa obra prima e, desta maneira, desejamos ter absoluto controle sobre a sua existência".
Em última instância amamos aquilo que nos da referências positivas e agradáveis de aspectos íntimos dos quais temos pouco controle e conhecimento.  Aspectos esses que geram, em nos, uma incomoda e constante ansiedade.
Quando nos deparamos com algo ou alguém que traz a possibilidade de conciliação com vários ou todos os aspectos obscuros que nos incomodam tendemos a elevarmos este objeto ao patamar mais alto.  "Endeusamos, santificamos, amamos tal objeto".
Tal mui amado elemento torna-se a nossa âncora, nosso porto seguro, a matriz do nosso amor próprio,  a fonte das referências sobre nós mesmos ou seja, a fonte da nossa segurança e da nossa paz.
Ao encontrarmos tal objeto nos sentimos no paraíso e desejamos que essa sensação se eternize.
As ambiguidades que citei acima e que desejamos que sejam afirmadas são várias, por exemplo;
Sou bom? Sou merecedor de amor?  Sou aceito? Quem sou? O que sou? O que sou sexualmente?  O que sou socialmente?  Sou competente?  Quanto sou com relação aos outros?
Amamos aquilo que nos aproxima da plenitude.
Até aqui tudo bem mas, (e sempre ha um "mas") o mais ambíguo dos aspectos, aquele ao qual temos menos acesso e pelo qual temos mais dúvidas, o "limite", é o aspecto que pode tornar o exercício do amor algo doentio, desconfortável, motivo de sofrimento.
Ao transpor os limites da razoabilidade o amante passa a ver o amado como objeto de seu domínio e passível de lhe satisfazer qualquer desejo. A busca pela satisfação via afirmação de certos aspectos é trocada pela busca por prazeres oriundos das camadas mais baixas da psique.
O objeto do nosso amor ae torna o nosso brinquedo.
Deixamos de amar para usar.
Falando exclusivamente em relacionamentos humanos, amar é perceber e cultivar no outro as possibilidades da nossa própria paz. Amar é cultivar o amor no outro.
Amém.

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