quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A ilusão da verdade

Para o homem a verdade é substância, é corpórea, personificada. Mas a verdade não existe.  A verdade é uma ilusão conveniente.  A verdade é fruto do indivíduo, é dependente do ato de conceituar o mundo de forma egoísta.  A prova disto é a dependência do outro. O homem sozinho é incapaz de alcançar a verdade e, mesmo fingindo conhecer a paz, é vítima da dúvida.  Diz-se o homem medida do mundo mas, como pode uma medida não conhecer a própria capacidade de medição?
Todo homem sofre de incerteza crônica.  A incerteza, mãe de todos os medos, nos impele.  Seria um exercício penoso de humildade aceitar o jugo do universo e admitir-se pequeno para esse oceano de vaidades que é o homem.  É menos doloroso alimentar a mentira e personificar-se como eterna vítima de tudo.
Pobre cego que não percebe que é vítima porque luta contra algo infinitamente maior que ele.
Pobre daquele que não afirma a sua participação na construção da própria dor e continua a culpar o externo, aquilo que não está em si próprio.
Infeliz o filho da natureza que não ouve o chamado da mãe e cala os seus instintos.
O que posso fazer é rir da minha raça ao som do eco da voz de Nietzsche, "A verdade é a mentira e a mentira é a verdade. "

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