segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O manual do proprietário

É preciso que o homem aceite o mundo para que ele se torne real.

Ha o mundo e o homem. O mundo é a rocha auto suficiente, inalterável pelas mãos do homem.
Incapaz de alterar o mundo o homem o idealiza e cria, desta forma,  um mundo adaptado a si, mundo este que fica guardado em sua mente e serve de substrato para a elaboração da sua existência.
Tem-se desta forma dois mundos; o mundo real e independente do homem e o mundo do homem dependente da plasticidade do mundo, plasticidade esta que, não existe.
Ao se confrontarem esses dois mundos se conflitam, colidem de frente e nunca se harmonizam.
Sem limites para a sua imaginação o homem, de maneira egoísta, continua a criar o seu mundo ilusório afastando-se cada vez mais da realidade.
O mundo fica e o homem passa como tudo o que compõe o mundo.
A criação do mundo pelo homem se da pela força das suas necessidades.  Baseado nelas ele tenta impor o seu modelo de mundo ao mundo real. Ora, é óbvio que o mundo real é infinitamente maior que o homem e o subjuga.  Fracassando copiosamente o homem se esconde cada vez mais na ilusão e se angustia.  Esse é o princípio da dor.
Interessante notar que; quanto maior a distância entre homens e natureza maior é a ilusão.  Observo também que a inocência, este atributo tão doce, é característica marcante naqueles que estão mais cônscios do mundo real.
O homem que supera a ilusão percebe a grandeza e a infinita beleza do mundo e percebe, também, a absoluta impossibilidade de alterar os acontecimentos porém, reconhece o seu poder sobre o seu próprio destino.
O homem é o animal que sonha o mundo.

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