sábado, 29 de agosto de 2015

O grande prazer do sexo

Como tenho dito, o homem sofre constantemente os efeitos dolorosos do seu afastamento da natureza. 
Ao negar às suas origens e, ao tentar criar uma existência artificial, o homem paga um preço terrível.  Em troca da sua ilusória autonomia o homem tem que temer o mundo. O homem sabe-se, instintivamente,  desamparado, banido do seu lar, impotente e limitado.
Vez por outra o homem sente saudades do seu estado original e o procura.
Ha várias formas de se vivenciar momentaneamente o retorno a tal estado primitivo, alguns inaceitáveis pela sociedade humana. Cito o entorpecimento químico, o crime no seu momento culminante, os esportes e, principalmente, o ato sexual.
Creio eu que, a morte e o orgasmo sejam os meios onde o retorno ao estado primordial se da de forma mais poderoso e, obviamente, o orgasmo é o mais prazeroso.
Todo o preparo para o orgasmo já leva ao estado onde o homem pode exercer a sua animalidade. Durante a "corte" os apaixonados dançam uma longa e complexa dança do acasalamento.
Com a aproximação do momento do ato a vivência da animalidade aumenta gradativamente. O homem assume o seu papel natural de macho e a mulher torna-se a fêmea como a natureza deseja e, no momento do orgasmo ambos retornam aos seus papéis naturais, vencem o medo e a morte e se fundem ao universo.  É o retorno a segurança do lar primordial.  A volta ao colo da mãe.  A vivência da felicidade. É o transe mais doce.  A absoluta inconsciência consciente.
Acho que é por esse motivo que os bloqueios sexuais advindos do afastamento do homem com relação à natureza sejam a causa de tantas anomalias individuais e coletivas. 
Privar-se dos benefícios do sexo natural leva o homem a se "amputar" do seu corpo natural tornando-o incompleto, ou seja,  infeliz.
Esta privação do sexo natural leva à classificação da sexualidade.  Heterossexualismo e outros "issmos" referentes são, na verdade, a tentativa da repressão de estados que levam o homem a comunhão com a natureza e visam torna-lo um ser ilusoriamente autônomo ou um ser artificial.
Não creio nestas classificações mas creio, sim, que haja apenas a sexualidade humana absolutamente livre de rótulos ou regras a não ser aquelas ditadas pela natureza.  Alias, creio que a orientação sexual seja um produto do meio e não uma imposição genética.  O homem livre de artificialismos pratica o sexo de forma a comungar com o universo e de maneira a criar elos sociais. Namorar naturalmente pode ser a cura para muitos males da humanidade.

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