terça-feira, 31 de março de 2015

(?)

O que eu procuro eu não sei,
Mas eu procuro,
Porque a procura é,
"A grande distração",
Mesmo que seja em vão.

Não ha no objetivo o objeto,
Não há na procura o objetivo,
Eu finjo,  mas não ha.
Não há da estrutura o projeto,
Eu nem sei porque vivo.

Nem sei onde isso levará.
Mas eu procuro,  mesmo sem saber o que.
O "que" eu não configuro,
E repito a procura,
E "redigo" o que já disse.
E na normalissima loucura,
Procurei em você,

E a prova que eu não sei o que procuro,
É que encontrei!
E ao encontrar foi-se a ânsia da procura,
E o objeto que eu procurava perdeu,
O direito a minha ternura.

Abandonei o infeliz objeto,
Voltei a ser feliz e inquieto,
Sou eu do incerto o amante,
E por não procurar o bastante,
E mesmo  estando exausto,
Continuo procurando,
Pois na procura me basto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.