terça-feira, 10 de março de 2015

Ciume

Espinho que fere o peito,
Daquele que se da o direito,
De  sentir-se dono.
Medo do abandono,
Fonte do desrespeito,
Ao ato livre de escolha,
Praga que tira o sono,
Pai de insensata discordia,
Insidiosa armadilha,
Que ao amor prende e mata,
Avesso de toda concordia,
Mal que do mal não se farta,
Pensar errado do outro,
Fatídica obsessão,
Que cega ao valor do amado,
Torna o amar deturpado,
Semelhante mas não igual,
Ao amar abnegado.
Mentira contada a si mesmo,
E por si acreditada,
Índole do outro mutilada,
Por absurda ilusão,
Fonte do amargo mal,
Que corroi sentimentos,
E de nobres e exatos,
Tornam-se dubios e tristes,
O fim para quem resiste,
E em harmonia o converte,
É a paz a dois merecida,
E do eterno amor a sorte.
Mas a quem lhe da guarida,
O futuro é cinza e incerto,
Pois do pensar incorreto,
Ao amar lançou mão.
E tendo de morte ferido,
O puro amor ofertado,
Tendo-o de si afastado,
Vive a dois com a solidão.

É preciso aprender a amar acima de todas as coisas.
É preciso aprender a ser feliz sozinho,
Ser a fonte de carinho,
Que ao outro da às asas.

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