sábado, 28 de março de 2015

Dunas

As vezes eu queria ser uma árvore,
Com alguns galhos secos,
E queria que cada galho seco fosse uma mágoa,
E que o Deus do vento soprasse,
E cada galho quebrasse,
E para longe levasse cada ato falho,
E que a lagrima fosse a água,
Que aguasse as minhas raízes,
E fizesse nascer em mim galhos verdes e fecundos.
As vezes me imagino uma duna,
Me movendo por um deserto.
Imagino às dores no meu dorso impressas,
Sendo apagadas pela brisa.
Eu queria estar desperto,
Num mundo onde às memórias,
Não permitissem às mas lembranças.
Queria apagar tudo de ruim que ja me aconteceu.
Queria esquecer quem já morreu,
E me tirou às esperanças,
Em troca do desamparo.
É raro,
O momento em que não me sinto só,
Parece que,  a qualquer momento,
Alguem vai abrir a porta,
E sem pesar o sofrimento,
Vai me ferir sem dó.
Eu tenho medo.

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