Hoje estou indo embora.
Já coloquei na mala o que cabia.
Não era tudo o que eu queria,
Mas é o que em mim cabe agora.
Deixo muita coisa para trás,
Algumas poucas muito amadas,
Horas boas por mim passadas,
Momentos de alegria e de paz.
Toda hora boa tem minutos tristes,
Destas eu levo as que tem menos,
Aquelas que causaram poucos danos,
Que para o amor foram bastantes.
Deixo para trás a causa da dor,
Aquilo a que perdi a confiança,
Aquilo que não me da a esperança,
Aquilo que impossibilita em mim o amor.
Vou embora porque é preciso.
Não fosse a dor não iria.
Nesta paragem ficaria.
Por muito andei indeciso,
Presa de amor e piedade,
Medo, talvez, da saudade.
Mas vou apesar das dores,
Pois sou feito ao nomadismo,
Ou afeito ao comodismo,
Que suporta o que incomoda,
Que se rende sem luta aos cárceres.
Amar é um ato solitário,
Imaturo e adolescente,
Ninguém dele é consciente,
Tudo é feito aleatório.
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