terça-feira, 21 de abril de 2015

Desideratum

Eu tenho várias saudades.
Não! ...
Não é saudade de muita gente,
Muita coisa!
São vários tipos de saudade.
Tem umas que são carregadas de amor...
Parentes que a muito não vejo,
Amigos de infância,
Meus pais.
Tem outras repletas de piedade, paixão.
Saudades daquela gente que passou pela minha vida,
Pedindo ajuda,
E se escapuliram das minhas mãos sem que eu pudesse cuidar,
Ou talvez não pudesse.
(Por onde andam? )
Tenho saudades de coisas de comer,
Saudades de lugares,
Saudades de cheiros, sons.
Mas a saudade mais doída é aquela de gente que eu amo mas com quem não posso estar.
Gente que não me ama,
Ou ama sem saber amar.
É uma saudade que nasce num lapso.
Num momento vazio.
Uma saudade de algo que não se pode segurar porque, por mais que se tente, insiste em escorrer pelos dedos.
É uma saudade impotente.
Uma saudade que nasce da dor do fracasso.
Saudade que nunca vai embora.
Saudade não sei de que.

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