segunda-feira, 6 de abril de 2015

Antigo

Eu ando por esse mundo sem me importar.
Por que assumiria a dor?
Sou atemporal e fecundo,
Não preciso parar.
Navego na poeira dos tempos.
Não pertenço a um só mundo.
Me apiedo do homem novo e lamento a sua angústia.
Lamento o tempo que perde a procura de caminhos,
Em prol de uma utópica anistia.
Não sabe ele que já está?
Caminho por essa casa como se à tivesse construido,
E ando por trilhas em que nenhum outro homem andará.
Sou uma alma velha,
Pesada de saber e de saber-se.
Fui eu quem criou o tempo,
Esta bela alegoria.
Sou eu a preencher o espaço com toda a minha existência.
Nada do que é mortal me bastaria.
Existo logo, contemplo.
Uso e usei, como veículos, muitos corpos.
Nunca fui um, sou múltiplo.
Fala-se muito em morte.
Desconheço,  nunca morri.

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