domingo, 21 de junho de 2015

O pássaro

A tarde cai amarela,
E no peitoral da janela,
Pousa um pássaro.
É sempre o mesmo,
Toda tarde me visita,
Voa, voa, exita,
Acaba sempre pousando,
Com seu canto, chamando;
"Sou saudade".
Me debruço na janela,
Vendo o sol se pondo,
E vejo o meu passado,
Como pássaros voando,
Lindos para os olhos,
Inacessíveis às mãos,
Sombras voadoras do
Que não terminei.
Tudo aquilo que deixei,
Por vontade ou não.
Carrego em mim o grande
Peso do que já não é meu.
Voa pra longe pássaro!
Va pousar em outra memória,
E leva aquilo que é teu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.