terça-feira, 2 de junho de 2015

Inferência

Não é o que sei que me dói,
Nem o que conheço me importa,
Mas ao que o nada reporta,
Raiz da dúvida que corrói.
O que não sei nos armários se esconde,
Ou nas sombras frias do meu quarto.
Vem não se sabe de onde,
Mas está sempre comigo,
Símbolo da morte o perigo,
Medo da solidão de fato,
Motivo da gélida rima,
Ou desesperado vazio.
"Eu acho." E se acho não sei.
Acho pois desconheço origem,
Verdade volátil que inventei,
Estado de inutil fastio,
Incomoda e leve vertigem,
Descontrole do meu incerto mundo.
Eu acho e se acho não sei.
Se não sei não encontro descanso.
Nada me vale o que penso.
Existe a certeza?

Um comentário:

  1. A certeza Ê tão somente a interpretação da realidade de cada um ... Portanto .... Certezas? Nunca existirão !

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