terça-feira, 9 de junho de 2015

Eu/Outro

Eu e o mundo somos.
Eu puro, o mundo amálgama.
Nos misturamos,
Luta por dominância,
Desigual estratagema.
Somos senhor e escravo,
Sempre ao mesmo tempo,
Ambos equilibrados
Na egoísta vontade,
De vindouro agravo.
Sou antipático ao mundo,
E ele de mim não gosta,
Muda-me como resposta,
Quer-me seu oriundo.
-Não serei seu, mundo ingrato!-
Não serás dono de mim.
Te dominarei um dia, de fato,
Domando-me por fim.
Quanto eu sou eu e,
Quanto sou mundo?

10 comentários:

  1. Será que um dia conseguiremos dominar o que chamam de destino ?sera que um dia teremos esse controle de senhor ou continuaremos escravos mesmos com a pretensão de acharmos que somos agentes da proporia estória ?
    Qtas vezes nossos desejos nos escorregam pelas mãos escancarando nossa impotência ?

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  2. Eu creio que grande parte da angústia do homem se da em função da ilusão do destino. Não ha destino. Ha, apenas, o homem e o mundo. Ambos moldáveis e moldantes. A alegria consiste em perceber essa possibilidade de moldar e ser moldado e a liberdade de escolher. A dor advém da percepção da responsabilidade que isso gera. Ao assumir a culpa pela própria dor o homem percebe os seus limites e sofre. O medo da dor nos cega para a verdade.

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  3. Nem sempre a dor é a falta de percepção da verdade .... Muitas vezes é justamente o contrário disso ! A cruel percepção da verdade gera a dor!
    E a possibilidade de escolha nem sempre nos é dado ! Somos moldados por uma estória .....

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  4. Ha sempre a possibilidade de escolha. Não se pode fugir a responsabilidade do ato a não ser por absoluta incapacidade, o que não ocorre na maioria das vezes. Escolhemos sempre, seja por propósito ou por omissão.

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  5. As vezes eu me encontro em situações irritantes que me "dão vontade" de reagir com violência (inconsciente) mas me controlo. Se posso racionalizar posso decidir. Só pessoas incapazes de usar a razão agem sem a possibilidade de decisão. É claro que todo o meu pensamento é voltado para os que podem usar a razão.

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  6. Inconsciente nao quer dizer agressão ou inconsequência .... O inconsciente não ê racional ....

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  7. Se fosse desta forma todos agiriam de forma inconsciente. O inconsciente é subordinado a razão. Temos impulsos mas os percebemos e temos a possibilidade de decidirmos. A teoria dos dois mundos.

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  8. Sugiro Freud para o filósofo! Se me permite

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  9. Acho que estou me libertando de Freud. Se o inconsciente foase dominante teríamos relações homem/mundo preponderantemente instintivas. Mas o mundo é construído pela razão. O inconsciente é substrato da doença ou, na maior parte das vezes, argumento para afirmação do erro.

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