sexta-feira, 12 de junho de 2015

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Para onde vão os amores,
Aqueles que vivi?
Frutos de dissabores,
Já não os sinto aqui,
Neste peito tão amplo,
Vazio.
Coração de inverno,
Tempos de estio.
Onde se guardam todas as juras,
Promessas?
O que era eterno,
Se era?
O que ainda espera?
Em que estarão, às palavras,
Impressas?
Madeira ou pedra?
Qual vaso guarda as lágrimas?
Ou terão se convertido em vapor?
Serão nuvem agora?
A chuva é feita de amor?
E as palavras não ditas depois do adeus?
Porque ainda ecoam la fora?
Onde ficaram os olhos meus?
Depois que os seus se foram?
Sobraram apenas as canções,
Melodiosas lembranças.
Restam apenas as sensações de obras
Interminadas.
Saudosas esperanças.
Rimas inglórias.
Angústias.
Gavetas.

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