quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Miséria

Todo homem traz em si incubada, a miséria,
Que fica, apesar de dormente, a espreita,
Medindo a resistência do homem e aceita,
Qualquer sinal de fraqueza para instalar-se.
Insidiosa,  tem aliada a potência,
Da sociedade que escolhe,
A quem o benefício gregário é dado,
E a quem, por crueldade fria, é negado.

A miséria acompanha o homem como a morte.
A primeira é sorte,
A segunda destino,
Que sem cerimônia nos leva.
A miséria, nos envolve num assalto repentino,
Alimentando-se da nossa fraqueza.

A dinâmica marca a miséria,
De tão ela elaborada,
Primeiro entristece o homem,
Depois lhe atiça o vício,
E o leva a derrocada,
Destrói-se o humano nela,
Virtudes nela se consomem,
Levadas ao desperdício.

Ha de ser forte aquele que deseja,
Da miséria estar-se afastado,
Terá que ter o cuidado,
De sentir o que quer que seja,
Desde que se tenha julgado,
Valor e procedência,
Do que gera o seu estado,
Pois é a miséria no homem,
Germe atroz incubado.

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