sábado, 14 de fevereiro de 2015

Locomotiva

O tempo passa por mim,
E eu parado,
Ou eu passo e ele fica?
Passa a locomotiva e ela me indica,
Que eu, poste, estou sim, cravado,
No mesmo lugar e,
A locomotiva a passar.

Mas e se eu estiver sentado,
Confortavelmente alojado,
Numa bela e exclusiva,
Poltrona...
Dentro da locomotiva? !!
Agora é o poste que passa! E eu estou parado,
Na locomotiva que se move,
Em sentido oposto ao poste,
Um para o sul outro para o norte!

Parmenedis e Heráclito lutam no Olimpo,
A milenar batalha,
Enquanto aqui na terra,
Sem o saber o homem erra,
Míope, sua visão falha,
A desdenhar o passar do tempo.

Eu passo e o tempo fica
Ou ele fica e eu passo?
Não importa o juízo que faço,
Tudo se move,
Tudo é parado,
Parmenedis esta certo,
Heráclito não está errado.
O erro é do homem,
Que parado vê o movimento,
E movendo-se vê o parado,
Ve o que fica e o que é passado,
Ao conceber o tempo.

O tempo passa e
Passa o homem,
O homem passa e o tempo fica,
No entanto ambos se consomem,
E ambos se aniquilam,
Numa contenda analítica,
Onde ambas as verdades falam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.