Já disse mais de uma vez que o amor pertence ao amante. Ao amado é dado o benefício do usufruto. Ao menos a princípio esta é a dinâmica. Alguém oferece o seu amor ao outro e o outro decide se deve usufruir dos benefícios deste amor ou não.
Mas o amor é a isca que usamos para atrair alguém em quem depositamos a nossa espectativa de felicidade. Prometemos satisfazer os mais absurdos desejos em troca da aceitação do nosso amor.
Na verdade o que desejamos mesmo é que alguém de significado às nossas vidas. Amar é, deste ponto de vista, "significar a existência do outro" e ser feliz é "perceber algum significado na própria existência".
Amamos aqueles que nos significam, aqueles que nos atribuem utilidade, aqueles que nos substânciam. Amamos aqueles que dão às nossas vidas um sentido.
A vida humana, apartada dos desígnios da natureza, é pobre em sentido.
Questões como; para que eu sirvo? Qual o meu papel na grande roda da vida? Quem e o quê sou eu? São respondidas pela dependência amorosa e pelo reconhecer da nossa utilidade pelo outro.
O amor dos pais por seus filhos e, de forma mais contundente, o amor dos avós pelos netos ilustram muito bem estas hipóteses.
Já nas relações entre casais o amor como espectativa se faz notar no contentamento ou nos conflitos e separações. O casal consegue viver harmonicamente quando ambos dão significado a vida do outro e às suas próprias vidas a partir do outro. A felicidade, nesses casos, é atribuída ao reconhecimento e ao valor dado de forma recíproca.
Como já disse, amar é dar significado a existência do outro e ser feliz é perceber o significado da própria vida a partir do outro.
sábado, 5 de setembro de 2015
O amor como espectativa
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