domingo, 13 de setembro de 2015

A moral e amoral

Moral ou aquilo que vem dos costumes é o conjunto de regras que norteiam a conduta humana dentro de uma sociedade. Portanto,  moral é algo que nasce da cultura com o intuito de estratifica-la, de concretiza-la, de afirma-la. Ao meu ver toda moral é imposta pelo senso comum e tende a padronização do comportamento desrespeitando a essência do indivíduo. 
O homem é um padrão fora de padrão.  Na sociedade o homem encarna dois personagens (as vezes mais de dois). Um é o ser moldado pela moral para se encaixar no todo e celebrar a cultura.  O outro é o verdadeiro indivíduo, aquele que está conectado ao universo e sofre a pressão para exercer-se como entidade natural.  Desta forma, o homem vê a moral como um vizinho chato ao qual ele "obriga-se" a respeitar para poder continuar a morar na vizinhança.  A moral incomoda.  A moral cerceia o homem como possibilidade.  A moral reprime e leva o homem a encontrar prazer na transgressão. 
Nada é mais odioso do que aquilo que é imposto.  A lei ou a "moral formalizada como ferramenta de imposição" é algo que mantém a coesão social andando num fio de teia de aranha.  Se a moral impõe ao homem um formato agradável a cultura e da-lhe, a título de recompensa, a sociedade a lei o molda.
Fomos projetados para andarmos nus na savana sem limites tanto físicos quanto comportamentais e sobrevivemos até os dias de hoje e, creio que teríamos sobrevivido e seríamos uma raça mais feliz se o homem como ser conectado ao universo tivesse predominado.  Creio que as dores terríveis que sentimos hoje nascem do esforço deste "homem universal" que está aprisionado em nós faz para ser reconhecido como o verdadeiro homem.
Amanhã de manhã, quando o despertador tocar, você ouvirá a voz dele.
Feliz segunda feira.

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