quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cinza

A noite se dedica aos fantasmas,
O que já passou,
Lembrança mesma,
Aquilo que nunca abandonei,
Ou nunca me abandonou,
A cama é repositório de melancolia,
Sombras do que fui um dia,
Vestimenta de sombras,
Som das vozes daquilo que amei,
Argumentando a minha culpa,
Alimentando a minha dúvida.
Errei?
Dedo em riste, apontado. 
Queria estar certo,
Mas o certo é limitado,
Encarcerado na certeza,
Absoluto e correto, 
Mergulho na mediocridade.
A paz da tristeza.
Funeral da poesia.
Sono assombrado,
Nunca saberei.
Haverá sempre o corvo
De Allan Poe a me olhar,
Nas sombras,
A me acusar.
Errei?

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