sexta-feira, 29 de maio de 2015

Bal Masqué

Todos os personagens a minha volta,
Dançam. 
E ninguém me vê.
Ninguém me vê. 
Todas as mascaras do baile,
Belas.
Todas as danças,
Quadrilhas.
Todos se reconhecem em máscaras,
Todos são atores desesperados,
Interpretando.
Fustigados,
Por vaidades vorazes,
Ninguém dorme.
E ninguém me vê.
Ninguém me vê.
Passos velozes.  
Todos bebem imagens,
Bebem-se, embriagados,
Ébrios de si.
Máscaras. 
Todas belas segundo o
Ponto de vista de cada um.
Ouço suas frases feita entre a musica,
Frases de efeito, ineficazes
Palavras.
Senso comum.
Signos das angústias.
A vaidade concorre
Com a ansiedade.
Narcisos dançam para serem notados.
Mar de futilidade.
Procuram o perfeito espelho.
Decaem na própria beleza,
Afogados.
Náufragos da imagem.
Vida notória.
O sentido da vida é ser visto.
O objeto é a glória.
Medo da solidão.
Avessos ao invisível
Bailam a valsa do ego.
Padrão previsível.
Bela é a minha máscara,
E ninguém me vê.
Bela é a minha máscara,
Não eu,
Não eu,
Não eu.
Não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.