segunda-feira, 13 de junho de 2016

Moto-perpétuo

Invente, alguém atividade,
Que possa, eu, pratica-la
A fim de, à vida, esquece-la
E esquecer, assim, a saudade.

Da-me, ó Deuses, o movimento
Eterno e alienante,
Que apague, em mim, todo o instante
Que possa lembrar sofrimento.

Corram pés meus, corram!
Batam com força o chão
Façam de cada passo um NÃO
Às mágoas que, em mim, 'inda choram.

Mova-se corpo, de sorte
Que não haja nunca mais lembrança
E que viva em mim a esperança
Do breve abraço da morte.

Não hajam, então,  mais amores
E que torne-me, eu, vazio
Que possa viver o estio,
De tempestades de paixões,
E dores.

Amar é auto flagelar-se.

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