quarta-feira, 15 de junho de 2016

Eu inconsciente

Um vasto deserto com várias portas.
Dentro de mim voam areias,
Memórias que batem janelas de cômodos que nunca visitei,
Mas onde já vivi.
Deserto que sei, cheio de gavetas trancadas.
E às chaves às tenho.
São imagens difusas,
Desfocadas.
Fantasmas de areia que me assombram
E pelos quais ergo muralhas de ilusão e medo.
Imagens e sensações.
Um oásis, manancial de luxúria, me segue de longe.
Nunca o alcanço, miragem.
Um grande deserto de areias memoriais.
Lá está o momento em que me percebi.
E me tornei anjo caído por ter desejado o sexo maternal,
E por ter o parricídio como lema.
Eis-me diante do infinito deserto meu.
Gigantesco e distorcido espelho.
Nele me vejo em sonho
Ou naquilo que não me lembro.

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