quarta-feira, 15 de junho de 2016

1.440

Meu primeiro pensamento
O calor da tua pele
E a primeira ausência
O primeiro lamento.

Procuro alguma memória boa
E ressoa o teu nada sonoro,
O tempo me impele
Nas brumas de sonolência.

Desejo o sono eterno que me protege
Do seu não estar,
De um doloroso acordar
Sem você aqui.

Digo em mim o teu nome como um herege
E o desamparo guia os meus olhos
A procura de formas que me levem a lembrar
Da tua imagem.

Ando a ver miragens,
Imagens de passados tempos
Que desejo fossem futuros
E não escuros anseios.

Procuro-te por toda jornada
Do sol, sobre mim, implacável
Espera fiel e irredavel
De um aceno de ti, amada.

E finda à vida do dia
E vindo tua morte, a noite
Desejo o sonho que torne
O nada em tudo
E o tudo em nada.

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