quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Eu não sou o meu corpo.

Ou: o mito do macaco bebado como forma de transcendência.

Na África, na minha amada savana, alguns animais comem alguns tipos de frutas após a sua fermentação.  No processo de fermentação o açúcar da fruta é convertido em álcool que é um dos mais conhecidos narcóticos.  Acho que poucos desconhecem os benefícios e os malefícios deste tipo de ansiolitico.
Ao ingerir tais frutas fermentadas esses animais entram num "mundo sem corpo" onde eles experimentam a verdadeira existência livres da matéria.
São lapsos de consciência absoluta que dizem aos animais; --"você não é o corpo! "

"Advertência"
Este texto não faz apologia ao uso indiscriminado e irresponsável de qualquer tipo de narcótico.
Este texto tenta mostrar que podemos nos auto conhecer a partir de experiências de super consciência.

O que aprendo ao entrar neste estado alterado de consciência é que ha uma distinção entre o corpo e algo a que chamo "eu verdadeiro".
Ao "entorpecer" o meu corpo eu me liberto das amarras materiais e me percebo.
De repente tudo faz sentido.  Tudo é inteligível.  Tudo é, naturalmente,  criado por mim ou pela minha ferramenta de criação, a saber, a mente.
O homem tem medo das verdades advindas deste estado alterado e, por isso, foge dele e cria Impecilios e arquiteta preconceitos para dificultar a sua implementação.
Mas aqueles que tem a coragem de adentrar ao portal da super consciência conseguem ter a visão plena de tudo.
Ha um grande risco, eu os advirto.
O risco da escravidão, assim como ha o risco da escravidão pela ilusão para aqueles que se acovardam diante do abismo.
Mas o que eu quero dizer com esse."falatorium" é que, todos nós procurarmos nos entorpecer o tempo todo com todo tipo de "narcótico", seja ele cultural ou químico, para fugir não da realidade mas sim, da irrealidade que criamos para encarcerar o verdadeiro eu.
É por isso que se fala tanto em "libertação". É por isso que se busca tanto a felicidade (felicidade que nada mais é que a transcendência ao eu ilusório que usamos como máscara para nos escondermos).
A esperança é a expressão do medo de sermos nos mesmos plenos de autenticidade.
A esperança é a fuga ao exercer-se como ente natural.
Ansiamos (morremos de ansiedade) ao trabalharmos ininterruptamente para mantermos escondido aquilo que verdadeiramente somos.
É por isso que eu bebo...com moderação.

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