terça-feira, 27 de outubro de 2015

Deuses possíveis

Já falei muito sobre a esperança e seus efeitos.
Disse outras vezes que, tanto quanto a razão, o que distingue o homem, aquilo que o evidencia na natureza é a esperança.
O homem espera pois na esperança ele descansa das realidades conflitantes que o atormentam.
Mas ele sabe que não basta esperar.  Ele precisa agir em direção daquilo que espera. É necessário, para que ele se sinta "cumprindo o dever", que ele perceba o próprio movimento em direção a coisa esperada.
E o homem anda, estimulado pela esperança e auto alimentado pelo movimento, em direção ao desconhecido ou, em direção ao nada.
Todo este "palavrorium" soaria como a negação da vida se eu não fosse uma criatura nietzscheniana. Seria um niilismo triste se não fosse o niilismo que nega a morte.
A vida humana se bifurca em dois caminhos distintos:
Ou negamos a vida e vivemos um sonho turbulento onde, eventualmente, submergimos em direção a superfície da realidade e, covardemente, emergimos novamente no mundo onírico ou procuramos da vida o sentido.
Viver num mundo de sonhos onde fingimos ter controle sobre às coisas é negar a vida definitivamente.
Procurar o sentido da vida é negar a morte porém, é negar a morte baseado numa vida idealizada e, portanto, impossível pois (obrigado fonte da minha inspiração) A VIDA NÃO TEM SENTIDO!
A vida é um processo gigantesco que foge às nossas vistas e controle porém, creio eu que, o absurdo que é a vida tem um propósito já que tudo no universo tem um fim. Tudo é tese, antítese e síntese.  Tudo gera um produto final como se esse produto final fosse "necessário" e, se é necessário pede satisfação mas, a satisfação de quem?  Ou do que?
Se a espécie humana, com os seus milhões de anos, ainda não encontrou o sentido da vida ela encontrou sim o seu "não sentido", e o não sentido da vida nada mais são que os limites do entendimento humano.  Os Deuses do infinito constroem, infinitamente, o caminho que trilhamos enquanto trilhamos tornando o nosso andar, também, infinito.  Não ha e nunca haverá uma chegada para a necessidade de conhecimento do homem.
Estamos fadados a procura e, por procurarmos, esperamos e, por esperar procuramos num eterno ciclo que se repete indefinidamente.
Pois bem, mas não será este infinito processo de procura e esperança algo necessário a manutenção de alguma coisa maior que nós?
Não seria a procura por um sentido para às coisas a energia que manteria a existência de outra energia?
Talvez devesse o homem aliar a filosofia um novo paganismo.
Eu me pergunto todos os dias, o que ha mais adiante?

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