terça-feira, 20 de outubro de 2015

Atenção! Areia movediça!

Quero dar um conselho.  Ou melhor, quero advertir a quem, por vontade ou por acidente (eu prefiro por acidente) passe aqui pelo meu blog. Na verdade, acho que não é nem um conselho e nem uma advertência mas sim, um presente.  Algo que só quem se exauriu em humores invisíveis, amargos e dolorosos em nome do amor poderia dar.
Algo que alguém que caminha pelo mundo sem a pele do corpo com todos os nervos expostos e somente ele tem autoridade para discorrer.
Prontos?
Eu digo que, amem porém, nunca, nunca, em hipótese alguma se doem totalmente.
Deixem sempre o amor com aquele sabor delicioso porém com a impressão de que falta algum tempero que nunca se. saberá.  Que o amor seja como aquela música que ouvimos pela primeira e única vez e que nos leva às nuvens porém não conseguimos nos lembrar apesar de a sensação deixada esteja gravada a fogo em nossa memória.
Que o amor seja inusitado.  Que seja uma sucessão de acidentes diários e imprevistos porém esperados e dolorosamente desejados.
Que seja motivo de um doce e viciante sofrer daqueles que faz do álcool o nosso melhor refúgio.
Que seja misterioso mas intensamente interessado no outro e somente no outro. 
Que sempre nos pegue desprevenidos, de calças curtas, fora de hora.
Que apareça na segunda feira de madrugada e não nos deixe dormir.
Que nos faça esperar e esperar e esperar com um lindo e idiota sorriso no rosto.
Que seja um delicioso incomodo.
Que tire as nossas roupas na cozinha com as janelas abertas ao meio dia e que nos arraste para o sofá na sala fazendo barulho apesar dos vizinhos.
Enfim, que seja absolutamente incompleto.
Que nunca seja inteiro mas que faça-se desejar assim.
Amem tentando escapar por entre os dedos do outro.
Amém.

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