quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Oniciente

E me sentei sobre uma pedra
E o mar em rebentação
Mostrou-me a vida numa tela,
Feito uma vela de uma   
Velha embarcação.

E na imagem a minha frente
Vi muita, muita gente
A sentir dor e a fugir.
E passei a inquirir sobre
O porquê daquela existência
De prazer e dor?
Então uma voz me respondeu,
"Experiência! "

E é isso que a vida me dá,
E ai está,
O seu sentido.
O sentido da vida é me dar
Experiência.
Para que tudo o que posso evoluir,
Estando em latência,
Venha a emergir.

Assim, mostraram-me às ondas,
Que tudo o que é em torpor
Torna-se em atividade com
O prazer e a dor
E mesmo a passividade,
Em verdade, está prenhe de labor util.

Nada, nada é fútil.

E o sal do mar, alma das marés,
Ao tocar os meus pés me mostrou
Que sou viajante movido por eventos
E, assim como os ventos que
Levam a embarcação,
Movo-me sempre em frente
Na evolutiva direção e,
Jamais a deriva.

E os cardumes e revoadas de
Espécies marinhas
Me mostraram o modelo de
Agrupamento
No qual comigo viajam
As amadas almas minhas, às quais,
Algumas eu levo pelas mãos
E outras pelas mãos me levam
Em ascese e continuo movimento.

Percebi, então, que é inútil a tristeza,
E para ela não há sentido pois,
Por mais vidas que se tenha vivido,
Estaremos sempre juntos, com certeza.

Jamais nos perderemos.
Eternamente viajaremos pelo
Tempo, matéria e espaço,
Como que unidos por um laço
Do mais fraterno amor.

Assim, não chore pela sorte
Daqueles a quem a irmã morte
Aparentemente levou.
A morte é uma porta que se abre
Para novos mundos que o
Nosso Deus criou. 

A morte? A morte é uma amiga imaginária!

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