quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Novissimo die

Não existe o tempo,
Esta humana criação
Que me tira o sossego
Com o som do carrilhão.

Mas, ao inferno com a métrica,
Porque a métrica
Também é criação de homens
Que,
Cheios de labores,
Escondem, nas suas criações,
Medo, covardia e vaidade.

E voltemos ao tempo.

Que não existe, eu juro,
Mas que ruge como e,
Com o vento por trás do
Muro,
Que esconde o campo
Onde me confino
Com o fim de me esconder
Da morte,
Que, quiçá, virá do norte...
Que também não existem.
(Nem a morte e nem o norte)

Insisto então,
Para que,
Para quem e,
Porque o tempo
Que me torna um
Anão
Diante de tão grande instância?

Acho que estou me repetindo
E você perde tempo
Lendo tão insanas conjecturas,
Mas, ao perder algo que não existe
E que, em existir insiste
Apesar do pesar e da impossibilidade,
O que procuras?

Não ha mais tempo,
O passado é memória,
O futuro é hipótese.
Só no hoje há a glória
Da construção do agora
Que, no futuro se tornará...
História.

Feliz ilusão do ano novo.

E que em 2017 o amor dissolva o tempo.

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