quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Estigma

Sou alma antiga
De princípio,
Não fim.
Sopro que o universo
Abriga.

E, em meus caminhares
Vivi e morri,
Por mãos de
Inumeráveis algozes.

Obtive, usei e devolvi
Incontáveis vestimentas.
Impunhei sem número
De punhais.
O chão de mil terras
Fendi.

Tudo sempre foi
Transitório
Como o trânsito
Entre vidas.
Glória do inglório.

E o sentido de tudo
É tão longe!
Como longe é,
A fé
Do herege.

Mas desde que,
Da chama divina
Me fiz,
E desde quando
Os Deuses teceram
A minha sina,

Eu amo amores
Que nunca devolvi.
E os escondi,
Onde, de demônios,
Jamais se ouvirão
Invocações,
é clamores.

E, dentro de um vaso dourado,
Dentro do meu coração,
E lacrado,
Entre tantos e tantos
outros amores....

Está o meu por ti...para
Os confins dos séculos
E séculos,

Amém.

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