domingo, 6 de dezembro de 2015

O incomodo do impossível

Acima de todo objeto de desejo impera o impossível.

Ao nascer o desejo imediatamente se lhe apresenta a sua impossibilidade como fonte de estímulo ou o seu contrário. O impossível se interpõem entre o homem e o seu objeto de desejo e, vencer o impossível é o grande objetivo.  Por exemplo, a busca pela felicidade.  Ao sofrer o homem reage a dor buscando um estado de "não dor" a que chama "felicidade" e o deseja eterno porém, ao desejar a felicidade o que ele antevê é a sua impossibilidade que deve ser vencida.  O homem não pode ver o horizonte da impossibilidade portanto está se lhe apresenta como infinita.  Já que é infinito, alcançar e vencer o impossível carece de um passo maior do que o permite a moral.  Logo, para alcançar o seu objeto de desejo, por exemplo, a felicidade, o homem se vê instigado a transgredir a moral.  Ele se permite limitar aquilo que limita os seus atos.
Um exemplo típico é o das relações sexuais e os tabus que às cercam.  Os atos sexuais geralmente são praticados em locais reservados de forma a vedar o olhar do publico e, geralmente, este local é preparado de forma especial a fim de concretizar a transgressão que vence o impossível.  Tanto o local e circunstância em que é praticado quanto o próprio ato objetivam vencer a impossibilidade do ato que se apresenta aos amantes como um desafio da moral e o ato simboliza o esforço máximo em vencer a impossibilidade da vida, ou seja, a morte.
Talvez o sentido de impossibilidade no homem seja, também, um estímulo para a evolução já que, ao lutar contra o impossível o homem se fortaleça e deixe como herança aos futuros uma força a mais que lhes permita avançar um pouco mais no caminho evolutivo.
Viver é impossível e é esta impossibilidade que nos move em direção à vida.

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