quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Transmutação

Como torções nos galhos de uma
Velha árvore,
Mudanças doem-me nos passados ossos.
E não meço esforços para evitar vendavais.
Aliás,
Amo a rotina, esta inquieta menina
Que me mantém no rumo.
Me aprumo quando não ha movimento.
E, ao sabor do vento...
Sou daquelas árvores milenares de profundas raízes.
Que, felizes, se prendem na terra orvalhada.
Não me dêem uma estrada.
Dêem-me uma pedra para me sentar.
E me deixem ver a vida passar
Enquanto passo por ela.
Quero uma janela para me debruçar e ver um homem passando.
E ver um burro passando devagar.
Enquanto, do outro lado da rua,
Mas sob a mesma lua, vejo Drummond ainda criança na janela
A olhar extasiado.
Itabira ainda é um paraíso
E é só disso que eu preciso.
Uai!

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