segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A brisa

Fique atenta para quando o amor chegar.
Ele é discreto.
E raro.
Quase um não afeto.

Vista-se de forma simples
Para quando o amor chegar.
Mesmo na pluralidade ele é único.
De tão sutil e discreto
Parece pudico.

Afaste-se das luzes para esperar o amor.
Ele é íntimo.
Prefere companhia pouca.
Sussurros e voz rouca.
Na sua infinitude, parece ínfimo.

Diminua-se diante do amor.
Ele é diminutivo,
Como um pai diminui os termos
A um filho.
Imóvel mantém-se ativo.

Não feche os olhos quando o amor chegar.
Nem os leve para outro horizonte.
Pois em nenhum horizonte haverá,
A vida da qual o amor é fonte.

Infantilize-se quando o amor chegar.
Seja criança.
E deixe acordar a esperança
Que aviva aquele que se deixa amar. 

Não perca a hora quando o amor chegar.
Jamais o deixe ir.
De-lhe a mais absoluta atenção.
E a mais doce distração,
Para que ele deseje ficar,
E não queira jamais partir.

E, se for pelo seu bem,
E apenas por desejo teu,
Fique atenta para quando o amor chegar.
Todo amor do mundo mas,
Não qualquer um.
Apenas um...
O meu.

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