quarta-feira, 4 de março de 2020

Asfalto

Negro, rígido, denso
Forte impávido pastoso
Cobre o solo que piso
Ando e passo e penso.

Tudo tão igual e tranquilo
Liso, quente, escuro
Ervas, terras e muros
Transito eu, sobre aquilo.

Mas eis que a calma se quebra
Na falha, no furo, ponto fraco
Do sólido negro se destaca
Um impertinente, saliente buraco.

Piem, aves em meus humbrais!
(Obrigado Allan Poe)
Gritem letras de jornais!
Jorrem dinheiros sempre mais!
Destaquem-se abutres...e pardais!

(Para Ana, imprensa 🌹)




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.