segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Necrópole

Hoje alguém morreu.
Alguém que eu não conhecia,
Mas vivia andando em mim.
Alguém que nasceu no fim.

Um órgão desconhecido,
Cuja função existia,
E, apesar de sentir,
Nunca soube pra que servia.

Era feito de substância intangível.
Substância densa, gelada,
Que segurei nas mãos
E me escorreu pelos ossos.

Hoje mais alguém morreu,
Mas não saiu de mim.
E sei, enfim,
Que carregarei para sempre o seu cadáver,
Até que eu também o seja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ola. Obrigado por ler e comentar. A arte é a expressão das angustias humanas e este blog é um espaço de reflexões e, com a sua participação caro leitor (a), um espaço para o debate filosófico existencialista. Peço a você que comente criticamente, expresse a sua opinião, recomende o blog e, para pareceres de foro intimo ou pessoal utilize o meu email. Um grande e poético abraço.